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Uma nova esperança pós-Covid

cerimônia de abertura das Olimpíadas 2020 no estádio Olímpico de Tóquio. Centenas de drones formam no céu uma imagem 3D da Terra.
Cerimônia de abertura no Japão mostrou nosso poder de recriar na adversidade; jogos quase foram cancelados.

Dois episódios nos últimos dias mexeram comigo e despertaram uma reflexão que eu quero compartilhar. Um foi a viagem do bilionário Jeff Bezos ao espaço, ocasião que colocou de vez a empresa Blue Origin na nova corrida espacial, marcada pela liderança da iniciativa privada. O outro foi a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Dois fatos distintos que ocorreram em lados opostos do mundo, mas que entregam a mensagem de esperança pós-Covid contida na capacidade da humanidade resistir e se recriar.

A pandemia marcará gerações por conta das mais de 4 milhões de famílias no planeta que choram por seus mortos e pelo impulso transformador que ela deixa na sociedade. Raramente na história da humanidade ficamos diante de ameaças que fora do controle podem comprometer a sobrevivência da espécie. A última antes do novo coronavírus havia sido o iminente conflito atômico na Guerra Fria.

Reagimos ao Covid-19 com o conhecimento que acumulamos, desenvolvemos e aplicamos. Cientistas formaram uma fantástica rede global para trocar informação, em questão de dias tínhamos o sequenciamento genético do vírus, em um intervalo recorde começamos a vacinação em massa. Portanto, sob o ponto de vista do conhecimento demos uma pronta reposta ao perigo real e imediato da doença.

Resistência

A viagem espacial de Bezos – junto com a ambição de Elon Musk em chegar a Marte e demais iniciativas de exploração do universo – mostra instinto de sobrevivência. Afinal, o principal motivo para se investir bilhões em foguetes, pesquisas e treinamentos é garantir a continuidade do Homo sapiens. A ocupação do espaço sideral pode nos salvar da extinção provocada pelo choque de um asteroide contra a Terra ou alterações irreversíveis que tornem impossível a vida no planeta. Uma visão de que, diferentemente das demais espécies, podemos sobreviver mesmo que a natureza deseje o contrário.

No caso das Olimpíadas a respeitosa cerimônia de abertura no Japão mostrou nosso poder de recriar na adversidade. Por conta da pandemia o evento esteve perto do cancelamento, os atletas precisaram inovar para manter os treinamentos, criamos tecnologia para tornar as disputas possíveis. Viramos o jogo, no entanto. Os recordes começam a cair e a emoção aos poucos contagia quem participa e quem assiste as provas de longe.

Esperança pós-Covid

A luta nos últimos dois anos nos fortaleceu. Pensa no quanto você passou para tocar a vida e proteger sua família, o quanto você se virou com as mudanças no trabalho, o quanto você suportou as perdas. São feitos semelhantes a uma viagem para o espaço e à realização dos Jogos Olímpicos. Apenas em escala menor.

O mundo pós-Covid precisa que você use a sua capacidade de superação como impulsionador. Porque teremos desafios maiores pela frente – mudança climática e invasão da inteligência artificial são dois dos principais à vista. Seremos exigidos. Mas se usarmos o que temos de melhor, o conhecimento, a criatividade e a humanidade, temos a capacidade de superar o que for. Seja uma ameaça que vem do espaço seja um ser microscópico como o coronavírus.

Texto publicado Por Wladimir D’Andrade no jornal Diário da Região (para assinantes) em julho de 2021.

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