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Nós, avatares do Metaverso

Escada de evolução desde o macaco até o homem como somos atualmente e, no passo seguinte, a transformação do cérebro em nuvem como uma metáfora do Metaverso.
Passamos mais tempo online do que concentrados no mundo físico: média de 10 horas e 8 minutos conectados por dia.

O isolamento social forçado pela pandemia do Covid-19 levou à transferência de boa parte da vida para o ambiente virtual. O trabalho acontece por videoconferência, a compra de itens corriqueiros de supermercado vem do comércio eletrônico, a convivência com os amigos está nas redes sociais e até o relacionamento amoroso depende de aplicativos. As pessoas já passam mais horas online do que concentradas no mundo físico. São 10 horas e 8 minutos conectadas diariamente, de acordo com a pesquisa Digital Global Overview Report.

Há 14 anos o Second Life chegou ao Brasil e virou sucesso de público. Era uma espécie de mundo virtual onde pessoas interagiam umas com as outras e com o ambiente simulado eletronicamente. Chegou a 21 milhões de usuários no planeta, alguns encontrando maneiras de fazer 60 milhões de dólares em negócios naquele universo digital. Depois de um tempo, no entanto, a plataforma murchou. Talvez por surgir no momento errado.

O Second Life foi o expoente prático do Metaverso, termo seguidamente citado nas últimas semanas no Vale do Silício e nos demais centros de inovação tecnológica como o próximo marco evolutivo da internet. O Metaverso funde a realidade física com a virtual, como se você estivesse dentro da internet em vez de apenas olhar para ela por meio de uma tela. Uma espécie de Disneylândia sem limitação de tamanho, sem leis da física que impedem movimentações instantâneas entre lugares distantes e onde as pessoas compartilham experiências sensoriais na forma de avatares.

Onde o Metaverso está hoje

Jogos como Fortnite e Roblox mostram o potencial do Metaverso. O rapper norte-americano Travis Scott fez no ano passado um show dentro do Fortnite visto por 14 milhões de fãs. A empresa dos EUA Republic Realm investiu quase um milhão de dólares para comprar uma propriedade virtual na plataforma Decentraland. O Facebook apresentou o Horizon Workrooms, que com a ajuda de óculos especiais faz a imersão de pessoas para dentro de uma sala de reuniões virtual junto com colegas de profissão.

O Metaverso pode pavimentar a transformação digital para setores que estão atrasados nesse processo. Como a educação, por exemplo, pressionada por mudanças nas metodologias de aprendizado. Imagina se além de ouvir sobre a Revolução Francesa os alunos se teletransportassem para dentro da Bastilha para acompanhar a tomada da prisão pelos revolucionários, examinar objetos em 3D e conversar com avatares do mundo inteiro sobre o episódio?

Atualmente o Metaverso soa como um conceito vago, cheio de incertezas. Mas está acontecendo. E rapidamente. Então, se depender das grandes empresas de tecnologia passaremos o dia imersos nele. Do Facebook à Microsoft, além das companhias de jogos, todos estão focados no tema. Em algum momento, portanto, o Metaverso poderá se tornar tão corriqueiro quanto o escritório de trabalho ou a escola, quanto um ambiente qualquer para atividades de lazer com a família ou quanto uma nova maneira de fazer turismo.

Tão comum como a atual vida moderna que acontece na maior parte do tempo na internet.

Texto publicado Por Wladimir D’Andrade no jornal Diário da Região em setembro de 2021.

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